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Jornalismo no Exterior

Como diria Oscar Wilde, “A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida.”
Para ser jornalista, na maioria dos países do mundo, não há a obrigatoriedade do diploma. No Brasil, a lei muda constantemente, mas a federação tentar cercar para proteger o jornalista diplomado.
“A grande verdade é que aprendemos muito mais nas ruas do que na lousa. A curiosidade, a determinação de ser cada dia melhor, a busca de especializações e o compromisso com a informação, é o grupo de ferramentas invisíveis que fará cada um de nós profissionais diferente do outro candidato. Tem de ralar bastante, não ter medo de encontrar o próprio espaço. Nós criamos as nossas oportunidades” – conta Paula Tooths
Diante de tantas opções, foi a carreira internacional a escolhida por Paula, que é jornalista há 22 anos e exerceu a profissão em pelo menos dez países. Tinha emprego estável no Brasil, mas decidiu arriscar e começar do zero, para realizar seus sonhos.
Em uma entrevista exclusiva, Paula conta um pouco da carreira e dá dicas importantes para quem pretende seguir carreira internacional.
Qual a principal característica que um jornalista deve ter?
Atenção e curiosidade. É imprescindível estar atento mesmo quando não estamos de plantão. A curiosidade é o que vai te permitir elaborar bom material. Ética é fundamental, mas parece ter sido um pouco esquecida. Somos colocados diante dos valores éticos diariamente, seja como vamos conseguir uma informação ou como iremos comunicar essa informação. De uma maneira mágica e maluca ao mesmo tempo, lidamos com a vida das pessoas todos os dias. Precisamos ser cautelosos na maneira em que vamos publicar algo. Uma palavra mal colocada pode causar danos irreparáveis.
Por que você escolheu ser jornalista?
Eu sempre brinco que eu não escolhi o jornalismo, mas ele me escolheu. Nunca tinha pensado na possibilidade de trabalhar em um canal de televisão. Já tinha cursado Direito e Computação, mas não tinha nenhuma experiência nesse mercado. Na época, deixar um emprego estável, maravilhoso, na bolsa de valores por um desafio incerto na TV, foi loucura, mas acredito que foi a loucura mais feliz da minha vida. Cursei Comunicação muito tempo depois para ter um diferencial no currículo e não parei de estudar. Sempre busco melhorar minhas habilidades. Hoje, já não consigo pensar em nenhuma outra carreira que não esteja diretamente envolvida com comunicação.
Como é o mercado para brasileiros no exterior?
Difícil. Eu gastei muita sola de sapato para não desistir. Batalhei bastante mas tambem contei com muita ajuda. A sorte fazemos nós. Um dos momentos mais traumáticos para mim foi quando a comunidade européia expandiu. Eu trabalhava em uma produtora em Londres e éramos ameaçados diariamente com a idéia de que os poloneses recém formado e bem qualificados levariam nossas posições porque aceitariam metade de nossos salários. Precisei me adaptar para continuar empregada. Nas grandes capitais, o preconceito é menor, mas isso não significa que não exista. O sotaque é muitas vezes um obstáculo, mas com trabalho duro é possível compensá-lo. Quem sonha grande e batalha incansavelmente, sempre alcança.
O que você recomenda para os que pretendem seguir carreira fora do Brasil?
Estudar línguas é a primeira da lista de sobrevivência e claro, não se limitar apenas àquela língua nativa de onde estiver indo. Idioma é uma arma poderosíssima em nossa indústria. Ler, aprender e pesquisar mais um pouco é fundamental. Tem de estar sempre um passo a frente. Quanto mais conhecimento o jornalista tiver, mais produtivo, mais analítico e mais eficiente este será. Jornalismo, na maioria das vezes, é publicar aquilo que alguém quer esconder ou não quer que seja publicado. Pisamos em ovos o tempo todo. As oportunidades são escassas e não te deixam muito espaço para erros. Assim, elabore material com carinho, cheque as informações, verifique as fontes, tenha ciência de suas responsabilidades, crie as suas próprias oportunidades, e tem de lembrar sempre que não importa o quão bom você é, sempre tem espaço para melhorar e lapidar. Precisa de muita coragem para seguir.

Fonte: News Cuiaba
http://www.newscuiaba.com.br/Noticia/9,67794,0,0,0,0/Jornalismo_no_Exterior.html